Neste momento da minha vida vivo sensações fortes.
Tenho o meu Ruca , meu filho amado, meu pequenino que está a crescer a olhos vistos. Amo-o tão profundamente e tenho tanto orgulho nele que parece que vou explodir.
Dou por mim a observa-lo atentamente enquanto ele me fala, fala, fala das coisinhas que vão na sua cabecinha. Umas vezes fico atenta ao que ele me diz, palavra por palavra, corrijo apenas as incorrecções literárias, porque faz parte da sua aprendizagem. A imaginação, essa, deixo fluir, fluir, fluir à vontade e delicio-me com a inocência de uma criança de 3 anos.
Outras vezes dou por mim a observá-lo ao pormenor, a sua pele, o nariz, o cabelo, os olhinhos (verdes garrafa, lindos e iguais aos meus).
Nesse momento não oiço nada…fica o mundo em silêncio e eu mergulho no meu filho lindo…. Afogo-me nele….
“Amo-te muito meu macaquinho….vou ser para sempre tua e tu para sempre meu, nada pode apagar isso, aconteça o que acontecer, na tua vida e na minha….”
Por outro lado, tenho já outro filho dentro de mim.
Este bebé é desejado, planeado, esperado e já amado. Tal como do Ruca, não é fruto do acaso, de um dia qualquer, uma “queca” qualquer.
Não, pelo contrário, eu e o pai sabemos da tua existência desde o primeiro minuto. Assim como do RUCA o dia 16/07/2003 foi um marco, para ti será o dia 05/07/2007.
E se não fores uma Ritinha porque és um menino, serás um Miguel, o que importa é seres tu e que já existes. Meus filhos amados….
Não sei como vou ser como mãe de “segunda viagem”.
Menos ansiosa? mais despreocupada? menos carinhosa? mais desligada? Não sei….
Sei apenas que com o meu RUCA fui tudo intensamente a 200%. O amor, o medo, a felicidade, a angústia…tudo muito intenso.
Gostava de corrigir o errado e ficar só com o bom.
Se bem que olho para o resultado e vejo-o muito positivo.
O meu RUCA:
Saudável, (muitos cuidados e muitas, muitas, muitas privações minhas, da vida social e pessoal)
Dependente de mim ( culpa minha, amo tanto que não “desgrudo”)
Corrigir erros passados…
Apenas me vem uma coisa à cabeça quando penso nisso:
preciso pensar mais em mim, como ser humano que precisa comer, beber, dormir, ser feliz e só assim quem está à minha volta também o será.
A ansiedade que me consumia quando o Ruca era pequenino, não foi bom para ninguém.
De qualquer forma, tentei protegê-lo disso o máximo que consegui.
Mesmo a explodir de angústia ou cansaço, encarnava uma personagem, que eu própria criava e olhava-o com calma, ternura, falava baixinho e devagar como se estivesse num estado de calma plena.
Não creio ter prejudicado o meu Ruca, pelo contrário.
Apenas me prejudiquei a mim, pois sei que não gozei o meu filho querido no primeiro ano de vida. Não tenho boas recordações de mim nem dos meus pensamentos.
É isto que quero mudar, apenas isto.
Quero gozar a minha Rita ou o meu Miguel com toda a intensidade desde o primeiro dia. Não quero desejar que se cale ou adormeça rapidamente para eu relaxar. Não, pelo contrário, quero relaxar a olhar para os seus olhinhos pequeninos e cinzentos de recém-nascido. Não quero que a mamada acabe, quero que se prolongue, para eu sentir o meu bebé encostado a mim, pele na pele.
Não quero que adormeça, quero olhar olhos nos olhos. Não quero que se cale, quero que se manifeste e que refile quando não está bem, quero que comunique comigo e com o mundo.
Aguardo ansiosamente, mas em silêncio, numa ansiedade controlada. Um controlo que quero ter desde já.
Aguardo-te com calma…
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